quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O que realmente importa

Faltam pouco menos de três semanas para a eleição.
E chegou a hora de enfatizar para o sócio votante todos os pontos que realmente importam para o Flamengo.
Importa a falta de planejamento dessa gestão. Uma gestão que se vangloria em ter sanado as contas (?) e noticia todo mês empréstimos bancários para compor folhas de pagamento.
Quem elogia essa gestão não está nem aí se o Flamengo perde espaço na preferência dos novos torcedores, se o Flamengo fica um ano perdendo pro maior rival, se fica quase quatro anos sem estar entre os 4 melhores do país.
São opiniões técnicas muito especificas de alguns pontos da administração. Mas o que o Flamengo ganhou?
Importa dizer que vendem uma imagem de alto profissionalismo e no final das contas, nos vemos diante de contratações ridículas, transformando o clube num verdadeiro centro de recuperação de atletas. É para isso que serve a política de austeridade?
Importa chamar a atenção das escolhas precipitadas em relação aos treinadores,  quase 10 em menos de três anos!
Importa refletir sobre a sanidade, lealdade e honestidade com os nomes que fizeram e ainda fazem o clube, quando se demite um técnico campeão pela imprensa ou quando se demite um bom técnico uma semana antes das principais contratações do ano e contrata um profissional sem identidade alguma com as cores do Flamengo.
Importa questionar os números exorbitantes anunciados pela imprensa de investimento por parte dos patrocinadores e TV e vermos a área social aquém do nome do Flamengo.
Importa saber por que o CT não evolui; por que sequer negociações para o nosso estádio são feitas, ao contrário, por que assumiu-se um péssimo contrato de utilização do Maracanã.
Importa saber onde está o nosso torcedor. O Flamengo é massa, é o povo, que contagia e faz arrepiar até os que não são rubro-negros.
Importa sabermos o que ganhamos com o rompimento com a nossa federação, o que, à despeito de todas as controversas, é uma atitude fora da legalidade, haja vista as leis que rezam sobre as filiações.
Importa ao sócio pensar em qual Flamengo ele quer.

Aquele Flamengo que causa ódio nos adversários por continuar sendo o mais querido do Planeta, contagiando todas as classes sociais, do assalariado ao executivo, mas, principalmente, sendo representação fiel do povo brasileiro, sofrido mas que não perde jamais a esperança; um Flamengo que mantenha sua identidade, um Flamengo formador de craques, um Flamengo campeão.

Ou esse Flamengo frio, desacustumado com as conquistas,

domingo, 15 de novembro de 2015

Ode à Nação


Ode à República, de um povo cheio de esperança,
Que sofre, que chora,
Que sua e luta dia após dia.
Um povo de todas as classes,
Do miserável ao executivo,
Dos presidentes aos excluídos.
Que se orgulha de suas cores e de sua bandeira.
Que clama o seu hino a qualquer hora do dia.
Que não se esquece de seus ídolos.
Que entoa o seu nome nos comentários e cumprimentos.
Que traz ao presente as glórias do passado.
Que faz do passado, o presente.
Que imortaliza em seus filhos os nomes dos reis.
Que tem orgulho de sua camisa e a chama de manto.
Ode à Nação,
Que com raça, amor e paixão,
Tem orgulho de ser rubro-negro.



Parabéns, Nação Rubro-Negra!
120 anos de Flamengo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Trilogia do Olhar - Já está está disponível

É com muita alegria que venho informar que o meu livro já está disponível no site www.publit.com.br

Sob o título "A Trilogia do Olhar", o livro trata-se de um drama dividido em três contos, que retratam as fantasias criadas pela mente humana e as interpretações que podem surgir de um simples olhar.
O leitor vai poder viajar pelas fantasias de uma mente inconsciente em coma, num leito de CTI, além de poder enxergar pelos olhos de um ambulante funcionalmente cego. Por fim, pegará carona pelas estações de metrô do Rio de Janeiro, a partir da imaginação criada diante dos enigmas das palavras-cruzadas.

Confira no link: http://goo.gl/4tZlxY

Em breve, estará disponível a forma física do livro.

Até mais!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Fino da Bola

O fino da bola.
É assim que o Santos encaminha-se no final da temporada.
Após um início de campeonato brasileiro cheio de dúvidas e com muitos apostando que a equipe disputaria na parte de baixo da tabela, Dorival Jr. deu outra cara ao time e, agora, chega à final da Copa do Brasil e pode ainda terminar entre as quatro melhores equipes do Brasileirão.
E o responsável?
Dorival? 
Ricardo Oliveira?
Lucas Lima?
Todos têm sua parcela, é claro.
Mas a magia da Vila parece ser a grande "culpada".
Qualquer equipe que enfrente o Peixe na Vila sente a força e energia do Estádio. 
Parece que a aura de Pelé e tantos outros é tão forte que sua energia ainda paira por ali, revelada nos pés dos novos meninos da Vila, somada com a estrela e experiência de Ricardo Oliveira e a competência e identificação de Dorival Jr. com o Santos.
Não será fácil tirar o título da Copa do Brasil da Vila.
A conferir.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Entrevista com os candidatos rubro-negros - Terceira parte

Dando continuidade e finalizando nossa entrevista com os candidatos a presidente do Clube de Regatas do Flamengo, vamos apresentar as respostas de Cacau Cotta e Wallim Vasconcellos ao nosso blog. Como dito anteriormente, o atual presidente e candidato da Chapa Azul, Eduardo Bandeira de Mello, não respondeu às solicitações do blog.

Blog: As Olimpíadas 2016 trarão muitos legados à cidade do Rio de Janeiro. E o Flamengo? Como fazer o Flamengo ser forte nos esporte olímpicos novamente?

Cacau Cotta:
Volta dos esportes olímpicos. Hoje só temos o basquete, que começou a ser planejado, montado em 2005. O Flamengo tem que voltar a ter atletas de excelência na ginástica, natação, remo, tênis, judô, beach soccer. Fazer valer a sua tradição nesses esportes. E podemos captar recursos através da Lei de Incentivo Fiscal. Vou sair em busca de patrocínio . O Flamengo é uma marca à qual todo mundo quer se associar. Uma marca valiosa.

Wallim Vasconcellos:
Já para 2016 o Flamengo precisa ser um dos três maiores clubes fornecedores de atletas, passando a ser ao menos o segundo para 2020. Vamos focar nas divisões de base dos esportes nos quais já somos fortes: basquete, judô, ginástica olímpica, ginástica artística, polo aquático, nado sincronizado, natação e vôlei. O investimento nas equipes de ponta dependerá de financiamento. Temos que manter a autossuficiência e aproveitar os recursos da Lei Pelé, da Lei de Incentivo Fiscal, da Escola de Esportes e de patrocínios. Vamos continuar a reaproximação com ex-atletas laureados do clube e manter a reforma dos equipamentos da Gávea.

Blog: O que o torcedor pode esperar do seu mandato à frente do Flamengo?


Cacau Cotta:
Comprometimento, emoção, paixão, sem que isso represente abrirmos mão do controle, de ter pulso forte para a tomada de decisão. Não podemos perder o timer, as ações têm de ser imediatas. O sistema é presidencialista. Eu sou o comandante de uma equipe, a qual vou cobrar resultados, metas. Vou em busca dos melhores quadros do Flamengo. Os melhores vão estar ao meu lado. Esse negócio de comitê gestor não funciona. Todo mundo opina, mas ninguém assume a decisão final. Isso não dá certo nem na sua casa. Alguém tem de bater o martelo. 


Wallim Vasconcellos:
Retomaremos a linha de trabalho que fizemos nestes dois anos e meio. No próximo mandato, com o conhecimento que já temos das condições do clube e pela arrumação que demos neste período, já poderemos ousar mais, investir mais, realizar ainda mais. Arrumamos a casa. Agora, é chegada a hora de pensar mais longe. Esperamos que a atual administração não faça nenhuma negociação até o fim do ano que possa prejudicar todo o trabalho que fizemos até julho deste ano. Em resumo: o Flamengo quer, pode e vai avançar mais ainda. Muito já fizemos. Muito mais ainda terá que ser feito pelo nosso grupo.

O Blog Cartas, Prosas e Café agradece a colaboração dos candidatos que responderam gentilmente às nossas perguntas. Esperamos ter contribuído com essa entrevista, divulgando as ideias e diferenças entre os candidatos. 
Até a próxima!

sábado, 17 de outubro de 2015

Heróis da Resistência

Comemorar o quê?
Comemoramos (?), no dia 18 de outubro, o dia do médico.
É comum nesta data recebermos vários posts com frases relacionando nossa ocupação como a de heróis, símbolos do altruísmo, exemplos da sociedade e outras baboseiras. Nos outros 364 dias do ano, somos tratados como mercenários, símbolos da elite, pessoas frias e grandes aproveitadores do Estado, etc.
Creio que nossa classe nunca foi tão desvalorizada e ridicularizada em toda a história.
Culpado? As razões são inúmeras e complexas.
Passa, naturalmente, pela própria classe, que se insere num sistema falido e, por conseguinte, aceita as condições impostas.
Passa pelas escolas que foram incapazes de dar ao aluno a capacidade de enxergar as várias nuances da carreira, além de serem responsáveis pela formação deficitária observada nos últimos anos.
Pelo Estado que denigre sua imagem, que joga toda a responsabilidade na figura humana, transfere todo o senso de culpabilidade dos atos falhos, deveras frutos de vários fatores, mas centraliza na figura do médico todo a causa do caos na saúde pública.
O mesmo Estado que não lhe dá condições salubres de exercer sua profissão; não lhe oferece carreira de estado, da mesma forma que garante a outros filhos da Pátria, principalmente, juristas e magistrados.
O mesmo Estado que não fornece as medicações que o médico prescreve ao seu enfermo e lhe imputa a imagem de elitista.
O representante do Estado, outrora da própria carreira médica, que diz que o médico não quer servir ao SUS.
Quanta mentira a que o médico é obrigado a engolir.
A carreira do médico deve ser repensada. Por todos: escolas, profissionais, Estado, sociedade.
Ser o herói, o conselheiro, ser médico.
Ser mercenário, elitista.
Fere o coração de um médico ler falsas impressões de nossa carreira.
Revolta o que o Estado tem feito contra nossa classe.
Mas diferente de outras, não desmerecendo, naturalmente, seguimos em frente.
Colocamos nossa capa, nos armamos com nossos instrumentos e vamos em busca de mais um diagnóstico, de uma cura, sempre que possível.
Nosso juramento é maior que as palavras vãs e JAMAIS deixará de ser cumprido pelos verdadeiros heróis de roupa branca.
Parabéns a todos colegas pelo dia de hoje.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Entrevista com os candidatos rubro-negros - Segunda parte

Vamos dar continuidade à entrevista com os candidatos a presidente do Flamengo para o triênio 2016-18. Seguem as próximas duas perguntas feitas aos candidatos. Como dito, o candidato da chapa azul e atual presidente do clube, não se manifestou ao convite do blog.


Blog: O Flamengo ainda possui a maior torcida do Brasil. É maioria em grande parte dos jogos, sejam disputados no Rio ou em qualquer canto do Brasil. É um clube continental, de fato. Apesar disso, o Flamengo não consegue emplacar campanhas de adesão ao clube junto ao seu torcedor. Foi assim em diversas tentativas no passado e, atualmente, vê no programa sócio-torcedor um projeto que não engrena de fato. Outros clubes, independente de suas forças regionais, mas longe da força nacional do rubro-negro, conseguem manter-se no topo da lista com mais números de adeptos ao programa. O que fazer para a maior torcida do Brasil ser a primeira em número de sócio-torcedores? Quais as medidas para atrair novos sócios e manter aqueles que já o são? Principalmente, no ano de 2016, quando em grande parte do ano o Flamengo não jogará no RJ? Concorda que a marca “Flamengo” é sub-utilizada? 

Cacau Cotta:
Precisamos popularizar o programa de sócio-torcedor do Flamengo. Um clube que tem 40 milhões de torcedores espalhados pelo país não pode se gabar de ter pouco mais de 70 mil sócios seja um exemplo de programa bem sucedido, porque não é. Longe disso. Precisamos urgentemente trabalhar para captarmos novos associados espalhados pelo país afora. E para isso, imagino que a Caixa Econômica pode nos ajudar muito através da capilaridade que as casas lotéricas espalhadas pelo país proporcionam. Tem muito torcedor do Flamengo que mora fora do Rio e que não hesitaria em ajudar o clube pagando uma mensalidade menor só pelo orgulho de dizer que está contribuindo com o Flamengo.

Wallim Vasconcellos:
O programa de sócios-torcedores deve apoiar-se em um tripé: performance esportiva, ídolos e estádio. Neste triênio de 2016/2018, nossa prioridade será o futebol. Logo, os dois primeiros pontos devem contribuir de forma importante para a evolução de nosso programa. Baixar preços simplesmente deve gerar canibalização de produtos e queda de receita para o Flamengo. Por exemplo, quem opera com cobrança em boletos, tem tido inadimplência de 80%! Ou seja, destrói valor, infelizmente. Vamos criar produtos mais adequados à realidade pela qual passamos no país, especialmente para aqueles que moram fora do Rio de Janeiro. Criaremos um produto corporativo, seja para torcidas organizadas, seja para grupos de torcedores de fora do Rio. Este produto corporativo será oferecido em empresas do Brasil em formato semelhante ao de empréstimos consignados, com preços mais acessíveis. Fica faltando o estádio, nosso sonho maior, que será, com toda a certeza, endereçado neste próximo mandato, seja pela construção de um novo ou outra solução que atenda a este ponto de forma rentável e viável para o clube. Isto acontecendo, teremos a possibilidade de comercializar propriedades de forma eventual (placas, anúncios, camarotes avulsos) bem como em caráter permanente, com a venda de cadeiras cativas nominais.

Blog: Prejuízo técnico e financeiro com campeonatos regionais, dívidas do passado, alto custo operacional do Maracanã, crise econômica, etc. Muitos são os problemas que o presidente do Flamengo enfrentará. Dentre todos, qual será o maior desafio para o próximo triênio (2016-2018)?

Cacau Cotta:
Quero abrir a caixa-preta das finanças do Flamengo. Qual o custo para o clube a opção em trocar a dívida pública pela privada sem que isso represente trazer dinheiro novo?

Wallim Vasconcellos:
O maior desafio será manter as conquistas administrativas, melhorar a área social do clube e especialmente avançar muito no futebol, tanto no que se refere ao time em si quanto à estruturação da base. Vamos finalizar o CT George Helal e buscar viabilizar nosso estádio.

Nos próximos dias, publicaremos o restante da entrevista. Esportes olímpicos e expectativa do torcedor para o próximo presidente serão os assuntos abordados.




domingo, 11 de outubro de 2015

Entrevista com candidatos rubro-negros - Primeira parte

Como prometido, iniciaremos hoje uma série de três postagens com a entrevista com os candidatos a presidente do Flamengo, para o próximo triênio 2016-2018.
Os candidatos das três chapas foram convidados, porém, o representante da chapa azul e atual presidente, que tenta a reeleição, Eduardo Bandeira de Mello, não respondeu ao blog.

Hoje as duas primeiras perguntas e as respostas dos candidatos das chapas branca e verde, respectivamente, Cacau Cotta e Wallim Vasconcellos.


Blog: “Craque o Flamengo faz em casa”. Essa é uma famosa expressão do CRF. Contudo, nos últimos anos, principalmente na última década, poucos foram os jogadores criados na Gávea que despontaram para o mundo do futebol. Houve promessas e muitos exageros. Algumas gerações pareciam ter um futuro promissor, mas quando atingiam o profissional, decepcionavam. Torcida exigente demais? Falsas expectativas? Lançamentos de jogadores em momento errado? O que falta para que essa expressão seja verdadeira novamente?

Cacau Cotta:
O que falta ao Flamengo é simples: planejamento e conhecimento de causa às pessoas que hoje administram a base do clube. Exemplo disso é o jovem e promissor lateral Jorge. Contrataram o Armero , que está machucado faz tempo, e não sabiam da existência do Jorge? O garoto faz parte da parte da Seleção Brasileira de base faz tempo. O que temos de fazer para que o Flamengo volte a revelar craques é colocar na base ex-jogadores do Flamengo, como Julio Cesar, Adilio para se encarregarem de supervisão da seleção dos garotos. O Flamengo tem de voltar a centralizar a peneira na Gávea. Hoje, os garotos são dispensados ou selecionados sem que o clube exerça um controle efetivo sobre todo o processo. Tudo é muito pulverizado. Por isso pretendo, se eleito, nomear uma pessoa que será o executivo da base, responsável pelo setor e a quem os ex-jogadores vão se reportar. E cobrar metas e resultados desse executivo.


Wallim Vasconcellos:
Queremos as divisões de base comandadas por um ex-jogador com história no clube. Quem sabe o Zico não aceita? Para mudar este quadro citado por você, faremos um investimento maciço de R$ 8 milhões ao ano crescendo a R$ 20 milhões até 2018. O Flamengo precisa usar as escolinhas como captação de novos valores. Não são só um produto.

Blog: Nos últimos anos, surgiram diversas novas arenas no Brasil. Algumas com investimento público, outras, predominantemente, privado. Arenas essas que fizeram o clube mais forte no ponto de vista técnico, haja vista a dificuldade que os times têm para vencer equipes como Corinthians, Palmeiras e Grêmio em seus estádios. Além da parte técnica, as arenas promoveram uma nova fonte de ganhos diretos e indiretos, como publicidade, eventos, maior atrativo ao plano de sócio-torcedor e fortalecimento da própria marca do clube. Uma arena de médio porte, possivelmente, daria ao Flamengo todas essas “vantagens” que esses clubes citados hoje têm. E com a força da sua torcida, o faria quase imbatível em sua casa. Até que ponto é sonho e realidade o estádio do Flamengo? O que será feito para, efetivamente, torná-lo realidade? 

Cacau Cotta:
Pouca gente sabe, mas a Gávea chama-se estádio José Bastos Padilha, com capacidade para 7 mil pessoas. Minha ideia é promover uma reforma, a ampliação da capacidade do estádio para 20 mil pessoas. Venho mantendo já há algum tempo entendimentos com um investidor, para que essa ampliação possa ser executada ainda no primeiro ano de governo. Afora isso, entendo que há necessidade de renegociarmos o contrato com o Consórcio Maracanã. Esse acordo é lesivo ao clube. Nossa ideia é ampliar a capacidade de público dos setores Norte e Sul do Maracanã, retirando as cadeiras e reservando o espaço para aqueles que desejarem assistir aos jogos em pé.  Na Alemanha é assim, e na Arena Grêmio também. O preço dos ingressos para esses setores seria mais barato, um valor popular. Penso que poderíamos cobrar algo em torno de R$ 25,00, o preço de um ingresso de cinema, no fim de semana. Se nada disso der certo, partimos então para um projeto mais ousado, com prazo de execução para daqui a cinco anos, que é a construção de um estádio próprio, que é o grande sonho de todo torcedor rubro-negro. Em contrapartida podemos acenar com o terreno do Morro da Viúva, que é super bem localizado, e que vale algo em torno de R$ 500 milhões. Seria uma concessão, uma espécie de permuta por 50 anos, renováveis pelo mesmo período. O Flamengo não irá se desfazer do seu patrimônio. Ele vai cedê-lo temporariamente por uma causa justa. O novo estádio poderia ser erguido na Baixada ou na Zona Portuária. Tenho conversado com representantes da Prefeitura de Duque de Caxias nesse sentido e penso que a Prefeitura do Rio pode nos ajudar a conseguir o terreno na agora revitalizada região do Porto Maravilha.

Wallim Vasconcellos:
Imaginamos três opções. A primeira, na Gávea, vai depender da mobilização com o Governo e a sociedade. Nossa ideia é dar entrada no projeto de ampliação do atual estádio para algo ao redor de 25 mil pessoas. Com o metrô na porta, o foco no esporte e o tamanho reduzido do estádio, esta opção nos parece bem viável. A segunda é o Maracanã, mas o Maracanã não é do Flamengo, é do Consórcio. Primeiro, o Consórcio teria de devolver o Maracanã, depois, teríamos que fazer uma proposta para o Estado. E a terceira opção é achar um terreno. Mas não achamos que tenha que ser em lugar mais distante, como diz o Bandeira. Tem que ser em lugar central, para atender a toda a torcida do Flamengo. Esta seria a melhor opção. Se conseguirmos um terreno, podemos levantar um estádio para 45 mil pessoas. Vamos trabalhar nestas três opções. O Flamengo hoje tem credibilidade. E o sonho do estádio não está distante. Já estamos contatando pessoas do ramo para isto.

Em breve, a continuação da entrevista. Assuntos como sócio-torcedor e desafios do próximo presidente estarão em pauta. 
Até lá!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Entrevista com os candidatos a presidente do Flamengo

O blog Cartas, Prosas e Café convidou as três chapas que irão concorrer às próximas eleições no Clube de Regatas do Flamengo, para o próximo triênio 2016-2018, programadas para o dia 07 de dezembro deste ano.
A chapa branca, representada pelo candidato Cacau Cotta e a chapa verde, por Wallim Vasconcellos, aceitaram o convite e responderam às perguntas do blog.
A chapa azul, do atual presidente Eduardo Bandeira de Mello, não respondeu aos chamados do blog até a publicação deste carta.
Nos próximos dias, publicaremos as respostas dos candidatos em três partes. 
Esperamos, com isso, auxiliar aos candidatos a presidente do clube de maior torcida do Brasil a divulgar suas ideias e diferenças, além disso, será mais uma oportunidade de a Nação Rubro-negra tirar suas conclusões das propostas de cada candidato.
  

domingo, 4 de outubro de 2015

Trem das Onze

Onde está o problema?
O futebol sempre foi tido como um esporte que não fazia distinção de raças, sexo, classe social, etc. E por muito tempo se reclamava que o estádio não era local apropriado para as famílias. E de fato, em alguns jogos continua não sendo.
Mas com a construção das novas arenas tem-se visto cada vez mais a presença de crianças, mulheres acompanhando seus maridos e namorados, avós com seus netinhos vestidos com a camisa do clube de coração do vovô. Enfim, estão fazendo parte do espetáculo.
Esse espetáculo, aliás, é composto por uma gama de profissionais que trabalham arduamente para o seu sucesso: atletas, comissão técnica, imprensa, dirigentes, comissão de arbitragem e, por que não, o torcedor?
Cada um tem seu papel numa partida de futebol. O atleta é o artista principal, é ele que vai provocar aplausos ou vaias no final; os técnicos são responsáveis pelo perfeito desenvolvimento das ações do atleta; a imprensa é quem promove o evento, divulga, descreve os fatos, dá vida ao que não pode ser visto; os dirigentes deveriam apenas organizar, apenas isso; os árbitros dão legalidade ao evento.
E o torcedor?
Para que todos os integrantes do espetáculo possam dar o melhor de si vários aspectos são levados em conta. E cada um com seu interesse próprio. O local da partida, o horário, quem pode e quem não pode jogar, etc.
E o torcedor?
Há tempos, uma partida de futebol era assistida aos sábados ou domingo à tarde. Durante a semana, o horário de início não passava das 20:30.
Com o passar dos tempos, houve mudanças em locais e horários para que os interesses comerciais pudessem ser cumpridos. E as partidas começaram a ser disputadas à noite de domingo ou em horários esdrúxulos de meio de semana como 19:30 e 22 h. Todos se adaptaram: jogadores, comissão técnica, imprensa, dirigentes, árbitros e... a torcida!
Neste ano, porém, um horário novo foi testado. As manhãs de domingo, jogo às 11 h. Cercado de dúvidas, o novo horário foi sendo testado e, repetidamente, um integrante do espetáculo acatou de vez a mudança: o torcedor!
A média de público nos jogos das 11 h foi surpreendente. Em todas as partidas, estádio cheio. E a presença marcante de um público que tanto era esperado nos espetáculos: a família! Pudemos ver de perto crianças ao lado dos pais curtirem numa manhã de domingo uma partida de futebol do clube do coração. Os pais levaram, inclusive, crianças de colo. Logisticamente, para a família, é bem atrativo. A partida termina por volta das 13 h, horário de almoço e a família ainda tem o restante do domingo para curtir. O espetáculo parecia, agora, agradar o lado mais abastado desta "relação":  a do torcedor.
Numa partida de quarta-feira que começa às 22 h, o torcedor só vai chegar em sua casa por volta das 2 h da madrugada e ainda ter que acordar algumas horas depois para trabalhar. As partidas de sábado e domingo à noite não são atrativos a esses públicos, nem um pouco. À despeito disso, o torcedor ainda se sacrifica para não deixar de apoiar seu time.
Mas enfim, conseguiram um horário que pudesse aliar o bem estar de todos.
Todos se adaptariam, questão de tempo. Não se adaptaram às partidas de 22 h?
Porém...
A CBF informou essa semana que o horário das 11 h não vai mais ocorrer no Campeonato Brasileiro.
De onde vem os pedidos? Apenas dos atletas? De fato, não sabemos.
Infelizmente, a voz de um importante integrante, capaz de dar brilho e som ao espetáculo, não será ouvida mais uma vez.
Os dirigentes continuarão reclamando de públicos medianos, a imprensa noticiando o fato e os "artistas" não terão a plateia cheia para receber seus aplausos.
O torcedor já paga um preço alto para os padrões de Brasil; não tem jogadores à altura desses valores; muitas partidas são de nível ruim para péssimo; os erros de arbitragem, cada vez mais comuns.
E o torcedor? Onde ele errou?
Nessa "relação", o torcedor é quem sempre cede.
E quem sempre apanha.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A Parábola da Reforma

João e Maria formam aquele tipo de casal que ninguém consegue entender, tampouco explicar por que se casaram e por que ainda estão juntos.
João tem a prerrogativa de chefe da casa, mas quem manda mesmo é Maria.
Têm quatro filhos: Pedro, Marcelo, Diego e Bruno.
Dos quatro, apenas Pedro é chegado ao pai.
O restante são unha e carne com Maria.
João acostumou mal a sua família; prometeu o que não podia, mas cumpriu tudo o que prometeu. À despeito, é claro dos princípios éticos e morais. Agiu de forma desleal com quem nem podia se defender para poder dar à sua família tudo aquilo que eles queriam.
Cada um dos filhos fazia uma atividade fora de suas realidades financeiras. E alguns deles queriam, na verdade, fazer o que o outro fazia.
Maria apenas administrava os egos; sabia que quando alguma coisa estivesse em votação à mesa do café da manhã ou jantar, tinha apoio de Marcelo, Diego e Bruno. Ou seja, tinha sempre maioria.
Nos último ano, o cerco se fechara para João. Suas falcatruas vinham sendo descobertas e não conseguiria mais agradar a todos em casa. Maria começava a ameaçá-lo, dizendo que o colocaria para fora de casa.
João pensou no que fazer.
Resolveu conter gastos, mas não teria o apoio dos filhos.
Eles não queriam perder o padrão de vida conquistado.
João pensou e resolveu agradar àqueles que davam mais apoio à mãe. Explicou a Pedro, que apoiou o pai.
Pedro mudou de curso de inglês; foi estudar em outro um pouco mais barato, mas trinta quilômetros mais distante de casa. Pedro sabia que o custo seria maior, mas dessa forma, agradou a Marcelo, que foi estudar exatamente no curso de inglês que Pedro estudava, mas que era anseio de seu irmão. 
Diego saiu da escolinha de natação, onde frequentava sem a menor vontade as aulas naquela piscina olímpica aquecida. Foi para um clube de golfe.
Bruno, o filho mais velho, ganhou de prêmio a gerência de uma das lojas da família.
João reuniu os quatro filhos e entendeu que havia dado a todos aqueles que não lhe davam apoio nas decisões de casa o que eles queriam. Entendeu que teria ganho o apoio deles caso Maria o expulsasse de casa.
Maria apenas observou tudo.
João e os filhos e, é claro, Maria, sabiam que aquelas trocas e agrados não diminuiriam os custos da família e que a crise os atingiria. João queria apoio de sua casa até que as coisas voltassem ao normal.
Certo dia, João saiu para trabalhar. Maria reuniu os quatro filhos e disse:
- Agora que estamos onde queríamos estar, vamos enfrentar a crise de outro jeito.
João não pôde mais voltar para casa. Seu plano de camuflar as contenções de custo não deu certo. Até Pedro concordou com Maria. Porque Pedro não era bobo.

A presidente Dilma anunciou sua "Reforma". Estaria correto, gramaticalmente falando, se pusesse quatro ou cinco pares de aspas na palavra reforma?
Em termos práticos, que corte é esse que o Governo fez? Mudar nomes de ministros para secretários, aliciamento de votos para a aprovação de novos impostos, chantagem...
O próprio PMDB não confirma que vai garantir os votos necessários para o governo. Mas, de uma forma ou de outra, aceita de braços abertos novos postos, cargos e poderes. Como raposas, aumentam sua área de domínio antes do golpe final na presidente.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

E o copeiro caiu

O Grêmio caiu!
O Fluminense mostrou equilíbrio e apresentou um futebol no mínimo competitivo para o restante da Copa do Brasil.
Fez um bom primeiro tempo e soube usar o regulamento a seu favor no final da partida, resistindo a uma forte pressão da equipe gaúcha.
Já o Grêmio, firme na luta pelo campeonato brasileiro, por pouco não conseguiu o placar que lhe era favorável, porém foi pouco objetivo e até certo ponto, burocrático.
Classificação justa de um Fluminense que não pareceu se abalar com a rescisão de R10.
Pelo contrário: não tem mais o peso de escalar o craque, deixando fluir o jovem e bom meio-campo tricolor.

PS: o outro gaúcho também foi eliminado, o Internacional. Com isso, pode pintar novamente uma final estadual, como ocorreu na edição de 2014.

Cartas na mesa

Agora é oficial.
Terminou na noite de hoje o prazo de inscrição das chapas que concorrerão à presidência do Flamengo para o próximo triênio 2016-2018.
Concorrerão ao pleito Eduardo Bandeira de Mello, Wallim Vasconcelos e Cacau Cotta.
A política rubro-negra sempre foi muito quente com várias correntes dentro da Gávea. E não será diferente desta vez.
Figuras emblemáticas costumam aparecer declarando seu apoio, como foi o caso de Zico, há algumas semanas. 
Nomes ligados diretamente à cartolagem também ressurgem nos noticiários do clube nessa época, como Márcio Braga, Helal e Kleber Leite.
Independente da corrente, o próximo mandatário deve abraçar a ideia da responsabilidade fiscal que o clube promoveu nos últimos anos. Digna de várias menções, inclusive internacional, a atual administração conseguiu tirar a visão de mal pagador que o clube ostentava há décadas.
Os frutos colhidos foram bastante razoáveis (estabilidade financeira, credibilidade com jogadores e aumento do número de sócio-torcedores).
Deixou a desejar, contudo, em outras áreas.
Errou muito nas escolhas dos treinadores; apostas erradas em jogadores que deveriam ser o principal da equipe; enfraquecimento de modalidades tradicionais, como vôlei e remo e o que considero pior: a falta de planejamento para os mandos de campo nos jogos em 2016. 
O novo mandatário terá que conviver com algumas consequências inevitáveis disso: a diminuição dos sócio-torcedores, que não terão o seu principal benefício, que é aquisição dos ingressos; e os prejuízos técnico e financeiro com o Flamengo tendo que mandar seus jogos em Macaé, Volta Redonda ou, até mesmo, fora do Rio. É um problema que poderia ter sido evitado.
Diante de todos esses desafios - manutenção da responsabilidade fiscal, reestruturação de outros esportes, criação de atrativos que possam manter os sócio-torcedores ativos e, principalmente, a construção de sua própria casa - talvez fosse interessante a ideia de rodízio entre os mandatários, discurso defendido por Wallim. Profissionalizar de vez a administração do clube de maior torcida do Brasil e não permitir a volta do "populismo rubro-negro". 
Deus abençoe a escolha da Nação!


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Adeus 2015

E agora?
O que resta para o clube da Gávea em 2015?
Eliminado da Copa do Brasil e com chances reduzidas de alcançar o G4, o Flamengo espera pelo fim de 2015 de forma melancólica. Sem títulos e vítima de uma série de derrotas para o seu maior rival, a torcida anseia por ares melhores em 2016.
O técnico Oswaldo de Oliveira, que deverá ser mantido para o próximo ano, deve usar as últimas rodadas para projetar o elenco ideal para o ano que vem. Peças que deverão sair e setores que deverão ser reforçados. Uma zaga que dê mais confiança ao time repleto de bons atacantes deve ser o principal alvo do treinador e da diretoria.
Mas o ano ainda não terminou.
As eleições presidenciais movimentam cada vez mais o clube e os resultados negativos podem influenciar diretamente na escolha do novo mandatário. 
Restam para o Flamengo em 2015 apenas isso: estudar o elenco para 2016 e definir o novo presidente do clube. 
Decisões que irão fazer o Flamengo vencedor de novo.
Mas só em 2016.

Ópera Pop

Um ode ao talento.
O show de Katy Perry deste domingo (27), no Rock in Rio 2015, foi exuberante. 
Para quem esperava por mais uma apresentação apenas de uma cantora pop, com um público bem específico, que esperava ansiosamente por sua entrada no Palco Mundo, viu o que chamei de "Ópera Pop".
O talento teatral dela é marcante.
E sua empatia com o público em geral e, mais especificamente, com as suas fãs vestidas de gatinhas foi outro ponto alto no espetáculo.
Após algumas trocas no vestuário, Katy destacou-se ao pegar um violão cheio de luzes cantando alguns de seus sucessos num ritmo lento e agradável.
As suas performances como egípcia, gata e uma simples garota moleque chamaram a atenção do público.
A plateia, porém queria mais.
E Katy encerrou em alto estilo com a música "Firework", casando o refrão emblemático com os fogos de artifício que a organização do evento separou para o final. 
Foi um desfecho perfeito do RIR 2015.
Os fãs saíram entoando gritos de satisfação pelo que tinham acabado de presenciar.
E os que foram conhecer passaram a admirar o talento ímpar de Katy Perry.

domingo, 27 de setembro de 2015

Favorito?

Flamengo e Vasco se enfrentam pela oitava vez neste ano, na tarde deste domingo (27), no Maracanã. E um detalhe difere o clássico dos milhões de hoje com os demais disputados no ano: o equilíbrio.
Em todos os outros, à despeito do resultado, havia sempre um Flamengo francamente favorito, a ponto de jogadores terem discursados sobre "passar por cima", "vencer por 3 a 0", etc. 
Mas, no clássico de hoje, encontramos um Vasco em ascensão, equilibrado em campo, jogando com uma referência no ataque e um meia capaz de desequilibrar com um passe, lançamento e até um gol. Um time que sabe e reconhece suas limitações e nitidamente joga por uma bola, a boa. Muito semelhante ao estilo de jogo que seu adversário utilizou ano passado, quando brigou por boa parte da temporada para fugir da "zona da confusão".
Já o Flamengo, apesar de um elenco mais qualificado, entra em campo com o fantasma do péssimo retrospecto diante do Gigante da Colina em 2015, além de vir duas derrotas, que desanimaram os mais otimistas rubro-negros e afastaram ou, pelo menos, dificultaram em muito a luta por uma vaga na Libertadores de 2016.
Vamos assistir a mais um clássico dos milhões em 2015. 
Mas o que vai desequilibrar dessa vez: o elenco qualificado que precisa reafirmar seu favoritismo e o bom momento que vinha tendo na competição ou o time que encontrou o equilíbrio, talvez na hora certa do Campeonato?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Sintonia

Prejuízo técnico.
Foi o que o Flamengo conquistou na última quinta-feira, em Brasília.
Fora o oba-oba da torcida que, de alguma forma, contaminou os jogadores, o time não se apresentou como se realmente estivesse em casa. 
A torcida rubro-negra é apaixonada, eufórica, exigente. Mas, acima de tudo, é de fato o que impulsiona esse time há mais de cem anos.
E a torcida rubro-negra não vaia o time com pouco mais de 25 minutos do primeiro tempo. Ela empurra, briga, xinga. E não entrega os pontos tão facilmente como aquela torcida que lotou de forma brilhante o Mané Garrincha.
Mas o Flamengo está mal acostumado com sua torcida, mal acostumado em ser empurrado pela maior torcida do mundo. 
Ganhou quase R$ 2 milhões.
Mas perdeu o incentivo de uma parte dos 40 milhões de fanáticos pelas cores vermelha e preta.
Foi como um avião sem uma de suas turbinas, que para continuar subindo não pode abrir mão que ambas estejam em total sintonia, time e torcida. 

Talento

Aos poucos, uma figura vai retornando ao cenário político brasileiro. Percebendo seu enfraquecimento e iminente isolamento, a presidente Dilma recorre ao seu padrinho, aquele que se não tivesse apontado o dedo em sua direção, não teria saído das pastas ministeriais e sumiria num ostracismo quando ocorresse a troca de governo. Sim, o ex-presidente Lula.
Retorna com o objetivo de articular o que a presidente não consegue nem com a própria base do governo. Tem a missão de convencer os aliados e a oposição que as propostas da presidente são a saída para a crise atual. Tem a missão de fazer a oposição não seguir com a ideia de impeachment. 
Mas o que Lula tem a oferecer à sua base, a Cunha, Renan, à oposição que Dilma não tem? O que todos podem esperar de Lula que não esperam de Dilma? E se forem convencidos, trata-se apenas de um talento de negociação ou de gerenciamento de conflitos?
Perguntas que só a política brasileira podem responder.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Reflexos de Uma Lente Opaca - Parte 6

Essa é a parte 6 de "Reflexos de Uma Lente Opaca", um dos contos do meu livro "A Trilogia do Olhar". Em breve estará disponível.

"Sueños de Verano

Semanas antes do Natal, Jaime presenciou uma pequena manifestação naquela rua. Podia ouvir vozes conhecidas, soma de gritos e xingamentos, gargalhadas sobre o nada. Não entendia bem o motivo, mas sabia que uma obra da prefeitura não agradava a alguns de seus vizinhos. Sua barraca continuava intacta, a despeito do movimento aumentado naqueles dias. Operários transitavam com seus capacetes sujos de cimento, as roupas pesadas, sem saber se os protegiam dos perigos das obras ou se aceleravam a sua morte com o calor intenso que produzia. O verão na Rua dos Inválidos queima, ferve os sentimentos, aquece o âmago de Jaime. Para espantar o intenso suor, o velho cego afina seu instrumento e toca sem cessar, produzindo uma brisa suave em si, secando as gotas do trabalho, enxugando as lágrimas de sua dor presente.
Enquanto alguns manifestantes passavam pela sua barraca, Jaime entoava com sua cabeça baixa e olhos fechados uma de suas canções da estação. Era responsável pelo único vento que aquela rua tinha naquela manhã. Percebia os vultos de placas, dos pés, dos braços erguidos, dos gritos sem nexo e frases fabricadas. No íntimo de sua loucura, entendia a ineficiência daquele ato e se conformava com o barulho, com o calor, com a poeira levantada que o sujava a cada manhã. Um jovem, de pele morena, retirou seu capacete, enxugou o suor de sua face, sentou na calçada, arregaçou um pedaço de suas mangas e abriu uma garrafa de água.
Com barba rala, o jovem operário tinham músculos definidos, era alto e um olhar profundo. Parecia enxergar além daquela rua, além do que sua mente pudesse alcançar. Era um olhar cansado e ao mesmo tempo esperançoso, um olhar pronto para a manhã que se inicia, para a noite de alegrias e desafogo. Um olhar ora ansioso, ora conformado. O operário fazia companhia ao velho cego no seu curto período de descanso, querendo abstrair os gritos de loucura, o silêncio de sua mente que tanto o enlouquece.
O cântico invadia as suas entranhas, levando-o a lugares que sonhava desde sua infância. Sentado naquela calçada, o jovem operário podia entrar nos grandes campos de futebol, poderia ser um grande goleiro ou artilheiro. Sentia o cheiro do seu consultório dentário, a leveza de suas gravatas e o peso de sua toga. Entre um gole e outro, o alisar de Jaime nas cordas de seu violino. Entre um tom e outro, os vários sonhos do operário.
Jaime enxergava os vultos do operário, bebia de sua água, com gosto amargo da solidão. Da ausência de seu pai, o grande sonho de sua recente juventude. Não entendia a ausência, apenas sentia em seu olhar aquela carência, da figura paterna de sua infância, das palmadas de exemplo que faltaram, dos carinhos matutinos, das palavras ternas, dos braços nos ombros. Jaime entoava mais forte e mais manso e o que saia dos olhos do operário o informava de toda sua carência, sua lágrima se fundia ao inevitável suor de verão.
Jaime ainda não percebera se a mente do operário era tão forte quanto os seus braços. Tentava decifrar enquanto o seu olhar profundo falava mentiras e verdades do seu passado e presente. Enxergava as lágrimas da dor, as dores do dia e da noite. Falavam por si as emoções fraternais que outrora teve. A perda de uma parte que foi um todo em sua história, o todo que faz falta em suas manhãs, suas tardes, em sua vida. Jaime sabia que sua mente era mais forte que seus braços.
A despeito de suas emoções, das placas infundadas e manifestos, esmagou a garrafa já vazia, colocou-a no chapéu do velho cego, vestiu seu capacete levantou-se. Armou-se com sua marreta, andou até o final da rua, atravessando pessoas de bem, pessoas usadas, idosos, crianças, jovens. Olhou para trás, viu o velho cego observando sua garrafa amassada e marretou suas memórias e sonhos contra uma velha parede.
O sol daquela manhã estava forte.
O de Jaime, porém, era menor."

Pegou fogo!


A disputa está aberta.
As vitórias de Grêmio, Palmeiras e Internacional nesta quarta-feira deixaram ainda mais emocionante o campeonato brasileiro da série A.
E fizeram muitos colocarem as barbas de molho, aqueles que até o início da rodada batiam na tecla que o título já estava decidido e pior: que o G4 também tinha seus integrantes definidos.
A rodada termina apenas nesta quinta-feira, quando Flamengo e São Paulo podem confirmar o favoritismo e manterem suas posições, diminuindo a distância dos dois para o líder para 10 pontos. Exatamente a mesma diferença que o Flamengo tinha para o líder em 2009 e que acabou sendo o campeão.
Flamengo e São Paulo devem manter a concentração para confirmar suas posições.
Mas após essa rodada, independentemente dos resultados de quinta, creio que, do Corinthians ao Inter, todos têm chances reais de título.
A reta final do campeonato reserva muita emoção para o torcedor.
E ainda reclamam dos pontos corridos...

Sentimos muito


A afirmação do líder do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), que disse que “as pessoas nem sentem” a cobrança do tributo (no caso, a CPMF) é de uma lastimável falta de respeito e consideração com a população que apostou nesse Governo. Um partido que durante alguns anos questionou a carga tributária elevada, além de criticar a criação e manutenção deste mesmo imposto pelo governo anterior, recorre ao mesmo artifício para cobrir rombos e déficits no orçamento.
Lembro que o fim da CPMF foi muito comemorado no Governo Lula e tida como cumprimento de promessa de campanha. Tratava-se de um tributo que seria destinado à saúde. Os anos se passaram e não houve nenhuma melhora perceptível da saúde pública. Nenhuma. No final das contas, era notório que o tributo foi utilizado para outros fins, legais ou não, mas que de fato, não atingiram o objetivo fim.
Como acreditar num governo envolto a todas as denúncias deflagradas na operação lava-jato? Dá para acreditar que esse tributo será realmente usado para esse fim?
O governo precisa reconhecer sua incompetência administrativa, cortar na própria carne e promover medidas que possam gerar crescimento. Criar mais um tributo é punir o próprio trabalhador, aquele que realmente é responsável pelo crescimento econômico. Mais um tributo vai contribuir em arrochar mais ainda a classe trabalhadora. E o que dizer ao líder do governo sobre sua infeliz opinião de que as pessoas não sentem? Pense, sr. Deputado, que as pessoas sentem qualquer centavo tirado à força de seu salário, principalmente pois não veem  nenhum retorno.  Antes de tirar da população, tome atitudes que realmente não farão as pessoas sentirem.
Ser brasileiro é muito caro. Pagamos um preço muito alto para não termos nada em troca. Não temos saúde, educação, transporte decentes. Os serviços públicos de qualidade são privatizados e e maior empresa estatal é uma vergonha mundial em escândalos de corrupção. Esse governo não tem moral para criar mais um tributo. Nunca a população esperou tanto do Congresso uma atitude que pode mudar o seu dia a dia. E essa é a vantagem de uma democracia. Atitudes impensadas de uma presidente podem ser vetadas pelo bom senso dos representantes legais da população. 
No momento, sentimos muito.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Nada está decidido

Logo após o sorteio para as oitavas de final da Copa do Brasil (2015), o diretor executivo do Flamengo, Rodrigo Caetano, lamentou o clássico diante do Vasco da Gama. Segundo ele, "o clássico equilibra as forças". É inegável a superioridade técnica do elenco do Flamengo frente o seu arqui-rival. Contudo, acabou sendo eliminado duas vezes esse ano pelo time da colina histórica (no campeonato carioca e na Copa do Brasil). Rodrigo Caetano estava certo: o clássico equilibra as forças.
E é por esse motivo que acredito que não há nada decidido no Campeonato Brasileiro deste ano. À despeito da boa vantagem do Timão e de sua boa fase, o time do Parque São Jorge ainda terá pela frente três confrontos regionais (São Paulo, Santos e Ponte Preta). O Atlético-MG, time que vem a seguir, já passou pelo único confronto regional, o duelo contra o Cruzeiro. Descendo mais a tabela, temos Grêmio e Flamengo, equipes que terão um confronto regional até o final do campeonato (Internacional e Vasco, respectivamente). Logo atrás, o São Paulo, que, assim como o Corinthians, terá pela frente três clássicos regionais. 
Se o clássico equilibra as forças, é de se acreditar que o Timão perderá pontos nesses duelos, independentemente de sua superioridade técnica. 
Creio  que os clássicos regionais serão fundamentais para a definição do campeão brasileiro. O Corinthians segue favorito e com uma boa vantagem para levantar a taça. Porém, aquilo que equilibra as forças, ou seja, um time como a Ponte Preta tirar pontos do líder, assim como o fez com o Santos semana passada, o clássico regional pode mudar o destino deste campeonato.
Nada está decidido ainda.

Prólogo - A Trilogia do Olhar


Esse é o prólogo do meu novo livro de Contos. Em breve estará disponível em eBook e nas livrarias. Quem estiver interessado deixe o contato nos comentários que retornarei assim que possível.

"Olhar. Ou ato de olhar.
Mas olhar é bem mais que apenas exercer o poder da visão; também é saber usá-lo, como usá-lo, dar a importância a isso ou mesmo o desprezo desse ato. Muitos olham, mas não enxergam, outros não podem ver, mas enxergam tudo. Esses conseguem valorizar o verdadeiro sentido do olhar, parecem enxergar além do que as cores podem refletir ou o que a luz pode revelar. São verdadeiros contempladores do ato mais importante dentre os sentidos básicos da vida.
Podemos olhar vigiando; podemos olhar encarando. Nosso olhar é de fato preconceituoso, traz consigo uma carga de sentimentos vividos e decifra, dessa forma, como um grande catálogo de imagens previamente interpretadas, não como são, porém, como queremos. Se enxergamos o que queremos, não vemos exatamente o que olhamos. E se olhamos sem enxergar o que vemos, podemos ver um reflexo mal interpretado de nossa alma.
Olhar também pode significar apenas o ato de observar ou notar algum fato, algumas pessoas, alguma paisagem. E observar traz consigo julgamentos vãos, justos e injustos; observar o erro alheio é mais fácil que olharmos para dentro de nós mesmos. Observar é um desafio constante; o olhar é a arma que usamos.
É cuidar. Olhar também é um ato assistencialista, de gratidão, de oferta de tempo. É fazer para o outro o que queremos para nós mesmos; é um olhar carinhoso, gratuito, por vezes oneroso. É o olhar da mãe, do pai, de Deus. Cuidar de si mesmo poderia ser um ato egoísta, mas é a própria autoestima refletida no exercício do olhar.
O modo de olhar é um dos pilares de sua interpretação. Podemos enxergar coisas diferentes num mesmo olhar, dependendo do ângulo, se estamos só, com febre, alegres, tristes, se temos fé, se estamos perdidos, se temos sorte, se estamos na escuridão, se estamos vivos ou mortos. Olhar com boa vontade as boas ações tem o mesmo peso que olhar de má vontade o desprezo. Ambas têm o mesmo fundo visual: as boas ações eram boas porque tínhamos boa vontade em enxergá-las; o desprezo não foi valorizado porque o olhamos de forma desprezível.
Podemos ter a mente morta e enxergar o que nossa pele sente ou o que ouvimos. É o olhar a partir de outros sentidos. Vemos a febre a partir do frio, enxergamos a dor no barulho. O olhar é, assim, musical. E temos um tenor a cada sentimento ou a cada sentido e isso permite uma mente ausente enxergar aquilo que sente.
O ponto cego do olhar é um desafio à mente humana; é um fato fácil de se explicar na ciência. Mas o olhar transcende a ciência; é preciso ter fé no que se diz ou se lê. E acreditar no ponto cego não é tão fácil assim. Como também é difícil entender o olhar de um cego. O cego usa todos os artifícios de seus sentidos ainda intactos para criar uma imagem. É livre, tem a mente liberta para criar do jeito que quiser. E guarda para si, não tem como expressar fielmente o que vê, mas pode apreciar a melhor fotografia, enxergar o belo na mais desprezível imagem humana que possa surgir à sua frente, mas que, deveras, não vê.
Podemos desvirtuar o nosso olhar a despeito do que a natureza mostra. Criamos um cenário virtual a partir de um olhar ingênuo, como se fosse um tipo de ilusão de ótica, mas dessa vez, criada por nós mesmos. Reflete do que se enche o coração, de arco-íris ou de cinzas. Dessa mistura de cores e sentimentos, surge aquilo que vemos, aquilo que inventamos ao olhar.
É mais que enxergar, que decifrar a imagem. Olhar pode ferir e pode curar; pode fazer chorar e rir; pode agregar e separar. O olhar fala muito mais que palavras.
Mesmo quando nos falha a mente, a visão ou quando criamos uma realidade paralela, o olhar continua sendo o elo de comunicação de nossa alma com o mundo. Permite que sejamos melhores do que realmente somos. O olhar se torna um escape à indecência, cinismo e injustiça que vemos. O que só a nossa mente vê é o que de fato somos.
O inconsciente, a cegueira e a fantasia...
A trilogia do olhar."

Quando a pimenta é refresco

Não basta a vergonha de ser brasileiro. Não basta a indignação daquilo que vemos e lemos. Não basta ter que engolir em seco o que nos empurram dia após dia. Seria nosso carma, castigo, destino? Seria o que de fato merecemos? Talvez, provavelmente, com certeza.
Alguns meses após as eleições presidenciais, durante as quais já nos banhávamos em meio a inúmeras denúncias de corrupção, começamos a experimentar o amargo sabor da irresponsabilidade administrativa de um governo, outrora socialista e humanitário, mentiroso, corrupto e perdido. Chantagistas e oportunistas são ainda considerados heróis de uma época mal explicada, quando estas mesmas figuras revolucionárias lutavam contra um determinado modelo opressor, que tinha muitas críticas sobre si, menos, digamos, menos essa inescrupulosa trama de corrupção, jogo de interesse, etc. Tentam camuflar suas ações com discursos demagógicos que não colam mais. 
Não basta a revolta. Não basta!
Uma crise mundial se desenhava nos últimos meses mas apenas o Brasil estaria imune. E muitos acreditaram no improvável, acreditaram num discurso mal feito à despeito de todo alerta emitido. Acreditaram na ingenuidade. Todos foram ingênuos. E talvez os próprios corruptos sejam ingênuos. 
Não acredito, porém.
Acreditam num Brasil dementado que não tem memória de seus verdadeiros heróis. 
Heróis não são os exilados, os artistas, os esportistas. Nossos heróis são os mesmos ingênuos que acreditaram num olhar mentiroso que sabia de tudo o que estava por vir mas omitiu. Nossos heróis pagam a pesada conta da irresponsabilidade, da mentira, da corrupção.
Não basta reconhecer que somos os heróis-trouxas. Ainda por cima temos que pagar a conta da tragédia.
Os heróis exalam tristeza e desânimo.
O corte no orçamento não inclui suas falcatruas e desvios. A simples proposição de uma nova CPMF é o exemplo de total desconsideração com nossos heróis. A negociação para aprovação por parte do Congresso é nojenta. Aumentar a alíquota para que alguns Estados "lucrem" com tal imposto é de dar um nó na garganta, é desanimador. É de se perder a esperança de dias melhores. 
Não basta uma das maiores cargas tributárias do mundo. É preciso aumentar ainda mais para que a parte deles não seja comprometida. E quando acreditávamos que uma falsa oposição lutaria contra esse legítimo furto, surgem negociando uma alíquota diferenciada para atender aos seus próprios interesses. É como se tivessem maturando uma pimenta na garrafa. E no final, todos sabem onde é que vai arder.