sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Trilogia do Olhar - Já está está disponível

É com muita alegria que venho informar que o meu livro já está disponível no site www.publit.com.br

Sob o título "A Trilogia do Olhar", o livro trata-se de um drama dividido em três contos, que retratam as fantasias criadas pela mente humana e as interpretações que podem surgir de um simples olhar.
O leitor vai poder viajar pelas fantasias de uma mente inconsciente em coma, num leito de CTI, além de poder enxergar pelos olhos de um ambulante funcionalmente cego. Por fim, pegará carona pelas estações de metrô do Rio de Janeiro, a partir da imaginação criada diante dos enigmas das palavras-cruzadas.

Confira no link: http://goo.gl/4tZlxY

Em breve, estará disponível a forma física do livro.

Até mais!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Fino da Bola

O fino da bola.
É assim que o Santos encaminha-se no final da temporada.
Após um início de campeonato brasileiro cheio de dúvidas e com muitos apostando que a equipe disputaria na parte de baixo da tabela, Dorival Jr. deu outra cara ao time e, agora, chega à final da Copa do Brasil e pode ainda terminar entre as quatro melhores equipes do Brasileirão.
E o responsável?
Dorival? 
Ricardo Oliveira?
Lucas Lima?
Todos têm sua parcela, é claro.
Mas a magia da Vila parece ser a grande "culpada".
Qualquer equipe que enfrente o Peixe na Vila sente a força e energia do Estádio. 
Parece que a aura de Pelé e tantos outros é tão forte que sua energia ainda paira por ali, revelada nos pés dos novos meninos da Vila, somada com a estrela e experiência de Ricardo Oliveira e a competência e identificação de Dorival Jr. com o Santos.
Não será fácil tirar o título da Copa do Brasil da Vila.
A conferir.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Entrevista com os candidatos rubro-negros - Terceira parte

Dando continuidade e finalizando nossa entrevista com os candidatos a presidente do Clube de Regatas do Flamengo, vamos apresentar as respostas de Cacau Cotta e Wallim Vasconcellos ao nosso blog. Como dito anteriormente, o atual presidente e candidato da Chapa Azul, Eduardo Bandeira de Mello, não respondeu às solicitações do blog.

Blog: As Olimpíadas 2016 trarão muitos legados à cidade do Rio de Janeiro. E o Flamengo? Como fazer o Flamengo ser forte nos esporte olímpicos novamente?

Cacau Cotta:
Volta dos esportes olímpicos. Hoje só temos o basquete, que começou a ser planejado, montado em 2005. O Flamengo tem que voltar a ter atletas de excelência na ginástica, natação, remo, tênis, judô, beach soccer. Fazer valer a sua tradição nesses esportes. E podemos captar recursos através da Lei de Incentivo Fiscal. Vou sair em busca de patrocínio . O Flamengo é uma marca à qual todo mundo quer se associar. Uma marca valiosa.

Wallim Vasconcellos:
Já para 2016 o Flamengo precisa ser um dos três maiores clubes fornecedores de atletas, passando a ser ao menos o segundo para 2020. Vamos focar nas divisões de base dos esportes nos quais já somos fortes: basquete, judô, ginástica olímpica, ginástica artística, polo aquático, nado sincronizado, natação e vôlei. O investimento nas equipes de ponta dependerá de financiamento. Temos que manter a autossuficiência e aproveitar os recursos da Lei Pelé, da Lei de Incentivo Fiscal, da Escola de Esportes e de patrocínios. Vamos continuar a reaproximação com ex-atletas laureados do clube e manter a reforma dos equipamentos da Gávea.

Blog: O que o torcedor pode esperar do seu mandato à frente do Flamengo?


Cacau Cotta:
Comprometimento, emoção, paixão, sem que isso represente abrirmos mão do controle, de ter pulso forte para a tomada de decisão. Não podemos perder o timer, as ações têm de ser imediatas. O sistema é presidencialista. Eu sou o comandante de uma equipe, a qual vou cobrar resultados, metas. Vou em busca dos melhores quadros do Flamengo. Os melhores vão estar ao meu lado. Esse negócio de comitê gestor não funciona. Todo mundo opina, mas ninguém assume a decisão final. Isso não dá certo nem na sua casa. Alguém tem de bater o martelo. 


Wallim Vasconcellos:
Retomaremos a linha de trabalho que fizemos nestes dois anos e meio. No próximo mandato, com o conhecimento que já temos das condições do clube e pela arrumação que demos neste período, já poderemos ousar mais, investir mais, realizar ainda mais. Arrumamos a casa. Agora, é chegada a hora de pensar mais longe. Esperamos que a atual administração não faça nenhuma negociação até o fim do ano que possa prejudicar todo o trabalho que fizemos até julho deste ano. Em resumo: o Flamengo quer, pode e vai avançar mais ainda. Muito já fizemos. Muito mais ainda terá que ser feito pelo nosso grupo.

O Blog Cartas, Prosas e Café agradece a colaboração dos candidatos que responderam gentilmente às nossas perguntas. Esperamos ter contribuído com essa entrevista, divulgando as ideias e diferenças entre os candidatos. 
Até a próxima!

sábado, 17 de outubro de 2015

Heróis da Resistência

Comemorar o quê?
Comemoramos (?), no dia 18 de outubro, o dia do médico.
É comum nesta data recebermos vários posts com frases relacionando nossa ocupação como a de heróis, símbolos do altruísmo, exemplos da sociedade e outras baboseiras. Nos outros 364 dias do ano, somos tratados como mercenários, símbolos da elite, pessoas frias e grandes aproveitadores do Estado, etc.
Creio que nossa classe nunca foi tão desvalorizada e ridicularizada em toda a história.
Culpado? As razões são inúmeras e complexas.
Passa, naturalmente, pela própria classe, que se insere num sistema falido e, por conseguinte, aceita as condições impostas.
Passa pelas escolas que foram incapazes de dar ao aluno a capacidade de enxergar as várias nuances da carreira, além de serem responsáveis pela formação deficitária observada nos últimos anos.
Pelo Estado que denigre sua imagem, que joga toda a responsabilidade na figura humana, transfere todo o senso de culpabilidade dos atos falhos, deveras frutos de vários fatores, mas centraliza na figura do médico todo a causa do caos na saúde pública.
O mesmo Estado que não lhe dá condições salubres de exercer sua profissão; não lhe oferece carreira de estado, da mesma forma que garante a outros filhos da Pátria, principalmente, juristas e magistrados.
O mesmo Estado que não fornece as medicações que o médico prescreve ao seu enfermo e lhe imputa a imagem de elitista.
O representante do Estado, outrora da própria carreira médica, que diz que o médico não quer servir ao SUS.
Quanta mentira a que o médico é obrigado a engolir.
A carreira do médico deve ser repensada. Por todos: escolas, profissionais, Estado, sociedade.
Ser o herói, o conselheiro, ser médico.
Ser mercenário, elitista.
Fere o coração de um médico ler falsas impressões de nossa carreira.
Revolta o que o Estado tem feito contra nossa classe.
Mas diferente de outras, não desmerecendo, naturalmente, seguimos em frente.
Colocamos nossa capa, nos armamos com nossos instrumentos e vamos em busca de mais um diagnóstico, de uma cura, sempre que possível.
Nosso juramento é maior que as palavras vãs e JAMAIS deixará de ser cumprido pelos verdadeiros heróis de roupa branca.
Parabéns a todos colegas pelo dia de hoje.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Entrevista com os candidatos rubro-negros - Segunda parte

Vamos dar continuidade à entrevista com os candidatos a presidente do Flamengo para o triênio 2016-18. Seguem as próximas duas perguntas feitas aos candidatos. Como dito, o candidato da chapa azul e atual presidente do clube, não se manifestou ao convite do blog.


Blog: O Flamengo ainda possui a maior torcida do Brasil. É maioria em grande parte dos jogos, sejam disputados no Rio ou em qualquer canto do Brasil. É um clube continental, de fato. Apesar disso, o Flamengo não consegue emplacar campanhas de adesão ao clube junto ao seu torcedor. Foi assim em diversas tentativas no passado e, atualmente, vê no programa sócio-torcedor um projeto que não engrena de fato. Outros clubes, independente de suas forças regionais, mas longe da força nacional do rubro-negro, conseguem manter-se no topo da lista com mais números de adeptos ao programa. O que fazer para a maior torcida do Brasil ser a primeira em número de sócio-torcedores? Quais as medidas para atrair novos sócios e manter aqueles que já o são? Principalmente, no ano de 2016, quando em grande parte do ano o Flamengo não jogará no RJ? Concorda que a marca “Flamengo” é sub-utilizada? 

Cacau Cotta:
Precisamos popularizar o programa de sócio-torcedor do Flamengo. Um clube que tem 40 milhões de torcedores espalhados pelo país não pode se gabar de ter pouco mais de 70 mil sócios seja um exemplo de programa bem sucedido, porque não é. Longe disso. Precisamos urgentemente trabalhar para captarmos novos associados espalhados pelo país afora. E para isso, imagino que a Caixa Econômica pode nos ajudar muito através da capilaridade que as casas lotéricas espalhadas pelo país proporcionam. Tem muito torcedor do Flamengo que mora fora do Rio e que não hesitaria em ajudar o clube pagando uma mensalidade menor só pelo orgulho de dizer que está contribuindo com o Flamengo.

Wallim Vasconcellos:
O programa de sócios-torcedores deve apoiar-se em um tripé: performance esportiva, ídolos e estádio. Neste triênio de 2016/2018, nossa prioridade será o futebol. Logo, os dois primeiros pontos devem contribuir de forma importante para a evolução de nosso programa. Baixar preços simplesmente deve gerar canibalização de produtos e queda de receita para o Flamengo. Por exemplo, quem opera com cobrança em boletos, tem tido inadimplência de 80%! Ou seja, destrói valor, infelizmente. Vamos criar produtos mais adequados à realidade pela qual passamos no país, especialmente para aqueles que moram fora do Rio de Janeiro. Criaremos um produto corporativo, seja para torcidas organizadas, seja para grupos de torcedores de fora do Rio. Este produto corporativo será oferecido em empresas do Brasil em formato semelhante ao de empréstimos consignados, com preços mais acessíveis. Fica faltando o estádio, nosso sonho maior, que será, com toda a certeza, endereçado neste próximo mandato, seja pela construção de um novo ou outra solução que atenda a este ponto de forma rentável e viável para o clube. Isto acontecendo, teremos a possibilidade de comercializar propriedades de forma eventual (placas, anúncios, camarotes avulsos) bem como em caráter permanente, com a venda de cadeiras cativas nominais.

Blog: Prejuízo técnico e financeiro com campeonatos regionais, dívidas do passado, alto custo operacional do Maracanã, crise econômica, etc. Muitos são os problemas que o presidente do Flamengo enfrentará. Dentre todos, qual será o maior desafio para o próximo triênio (2016-2018)?

Cacau Cotta:
Quero abrir a caixa-preta das finanças do Flamengo. Qual o custo para o clube a opção em trocar a dívida pública pela privada sem que isso represente trazer dinheiro novo?

Wallim Vasconcellos:
O maior desafio será manter as conquistas administrativas, melhorar a área social do clube e especialmente avançar muito no futebol, tanto no que se refere ao time em si quanto à estruturação da base. Vamos finalizar o CT George Helal e buscar viabilizar nosso estádio.

Nos próximos dias, publicaremos o restante da entrevista. Esportes olímpicos e expectativa do torcedor para o próximo presidente serão os assuntos abordados.




domingo, 11 de outubro de 2015

Entrevista com candidatos rubro-negros - Primeira parte

Como prometido, iniciaremos hoje uma série de três postagens com a entrevista com os candidatos a presidente do Flamengo, para o próximo triênio 2016-2018.
Os candidatos das três chapas foram convidados, porém, o representante da chapa azul e atual presidente, que tenta a reeleição, Eduardo Bandeira de Mello, não respondeu ao blog.

Hoje as duas primeiras perguntas e as respostas dos candidatos das chapas branca e verde, respectivamente, Cacau Cotta e Wallim Vasconcellos.


Blog: “Craque o Flamengo faz em casa”. Essa é uma famosa expressão do CRF. Contudo, nos últimos anos, principalmente na última década, poucos foram os jogadores criados na Gávea que despontaram para o mundo do futebol. Houve promessas e muitos exageros. Algumas gerações pareciam ter um futuro promissor, mas quando atingiam o profissional, decepcionavam. Torcida exigente demais? Falsas expectativas? Lançamentos de jogadores em momento errado? O que falta para que essa expressão seja verdadeira novamente?

Cacau Cotta:
O que falta ao Flamengo é simples: planejamento e conhecimento de causa às pessoas que hoje administram a base do clube. Exemplo disso é o jovem e promissor lateral Jorge. Contrataram o Armero , que está machucado faz tempo, e não sabiam da existência do Jorge? O garoto faz parte da parte da Seleção Brasileira de base faz tempo. O que temos de fazer para que o Flamengo volte a revelar craques é colocar na base ex-jogadores do Flamengo, como Julio Cesar, Adilio para se encarregarem de supervisão da seleção dos garotos. O Flamengo tem de voltar a centralizar a peneira na Gávea. Hoje, os garotos são dispensados ou selecionados sem que o clube exerça um controle efetivo sobre todo o processo. Tudo é muito pulverizado. Por isso pretendo, se eleito, nomear uma pessoa que será o executivo da base, responsável pelo setor e a quem os ex-jogadores vão se reportar. E cobrar metas e resultados desse executivo.


Wallim Vasconcellos:
Queremos as divisões de base comandadas por um ex-jogador com história no clube. Quem sabe o Zico não aceita? Para mudar este quadro citado por você, faremos um investimento maciço de R$ 8 milhões ao ano crescendo a R$ 20 milhões até 2018. O Flamengo precisa usar as escolinhas como captação de novos valores. Não são só um produto.

Blog: Nos últimos anos, surgiram diversas novas arenas no Brasil. Algumas com investimento público, outras, predominantemente, privado. Arenas essas que fizeram o clube mais forte no ponto de vista técnico, haja vista a dificuldade que os times têm para vencer equipes como Corinthians, Palmeiras e Grêmio em seus estádios. Além da parte técnica, as arenas promoveram uma nova fonte de ganhos diretos e indiretos, como publicidade, eventos, maior atrativo ao plano de sócio-torcedor e fortalecimento da própria marca do clube. Uma arena de médio porte, possivelmente, daria ao Flamengo todas essas “vantagens” que esses clubes citados hoje têm. E com a força da sua torcida, o faria quase imbatível em sua casa. Até que ponto é sonho e realidade o estádio do Flamengo? O que será feito para, efetivamente, torná-lo realidade? 

Cacau Cotta:
Pouca gente sabe, mas a Gávea chama-se estádio José Bastos Padilha, com capacidade para 7 mil pessoas. Minha ideia é promover uma reforma, a ampliação da capacidade do estádio para 20 mil pessoas. Venho mantendo já há algum tempo entendimentos com um investidor, para que essa ampliação possa ser executada ainda no primeiro ano de governo. Afora isso, entendo que há necessidade de renegociarmos o contrato com o Consórcio Maracanã. Esse acordo é lesivo ao clube. Nossa ideia é ampliar a capacidade de público dos setores Norte e Sul do Maracanã, retirando as cadeiras e reservando o espaço para aqueles que desejarem assistir aos jogos em pé.  Na Alemanha é assim, e na Arena Grêmio também. O preço dos ingressos para esses setores seria mais barato, um valor popular. Penso que poderíamos cobrar algo em torno de R$ 25,00, o preço de um ingresso de cinema, no fim de semana. Se nada disso der certo, partimos então para um projeto mais ousado, com prazo de execução para daqui a cinco anos, que é a construção de um estádio próprio, que é o grande sonho de todo torcedor rubro-negro. Em contrapartida podemos acenar com o terreno do Morro da Viúva, que é super bem localizado, e que vale algo em torno de R$ 500 milhões. Seria uma concessão, uma espécie de permuta por 50 anos, renováveis pelo mesmo período. O Flamengo não irá se desfazer do seu patrimônio. Ele vai cedê-lo temporariamente por uma causa justa. O novo estádio poderia ser erguido na Baixada ou na Zona Portuária. Tenho conversado com representantes da Prefeitura de Duque de Caxias nesse sentido e penso que a Prefeitura do Rio pode nos ajudar a conseguir o terreno na agora revitalizada região do Porto Maravilha.

Wallim Vasconcellos:
Imaginamos três opções. A primeira, na Gávea, vai depender da mobilização com o Governo e a sociedade. Nossa ideia é dar entrada no projeto de ampliação do atual estádio para algo ao redor de 25 mil pessoas. Com o metrô na porta, o foco no esporte e o tamanho reduzido do estádio, esta opção nos parece bem viável. A segunda é o Maracanã, mas o Maracanã não é do Flamengo, é do Consórcio. Primeiro, o Consórcio teria de devolver o Maracanã, depois, teríamos que fazer uma proposta para o Estado. E a terceira opção é achar um terreno. Mas não achamos que tenha que ser em lugar mais distante, como diz o Bandeira. Tem que ser em lugar central, para atender a toda a torcida do Flamengo. Esta seria a melhor opção. Se conseguirmos um terreno, podemos levantar um estádio para 45 mil pessoas. Vamos trabalhar nestas três opções. O Flamengo hoje tem credibilidade. E o sonho do estádio não está distante. Já estamos contatando pessoas do ramo para isto.

Em breve, a continuação da entrevista. Assuntos como sócio-torcedor e desafios do próximo presidente estarão em pauta. 
Até lá!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Entrevista com os candidatos a presidente do Flamengo

O blog Cartas, Prosas e Café convidou as três chapas que irão concorrer às próximas eleições no Clube de Regatas do Flamengo, para o próximo triênio 2016-2018, programadas para o dia 07 de dezembro deste ano.
A chapa branca, representada pelo candidato Cacau Cotta e a chapa verde, por Wallim Vasconcellos, aceitaram o convite e responderam às perguntas do blog.
A chapa azul, do atual presidente Eduardo Bandeira de Mello, não respondeu aos chamados do blog até a publicação deste carta.
Nos próximos dias, publicaremos as respostas dos candidatos em três partes. 
Esperamos, com isso, auxiliar aos candidatos a presidente do clube de maior torcida do Brasil a divulgar suas ideias e diferenças, além disso, será mais uma oportunidade de a Nação Rubro-negra tirar suas conclusões das propostas de cada candidato.
  

domingo, 4 de outubro de 2015

Trem das Onze

Onde está o problema?
O futebol sempre foi tido como um esporte que não fazia distinção de raças, sexo, classe social, etc. E por muito tempo se reclamava que o estádio não era local apropriado para as famílias. E de fato, em alguns jogos continua não sendo.
Mas com a construção das novas arenas tem-se visto cada vez mais a presença de crianças, mulheres acompanhando seus maridos e namorados, avós com seus netinhos vestidos com a camisa do clube de coração do vovô. Enfim, estão fazendo parte do espetáculo.
Esse espetáculo, aliás, é composto por uma gama de profissionais que trabalham arduamente para o seu sucesso: atletas, comissão técnica, imprensa, dirigentes, comissão de arbitragem e, por que não, o torcedor?
Cada um tem seu papel numa partida de futebol. O atleta é o artista principal, é ele que vai provocar aplausos ou vaias no final; os técnicos são responsáveis pelo perfeito desenvolvimento das ações do atleta; a imprensa é quem promove o evento, divulga, descreve os fatos, dá vida ao que não pode ser visto; os dirigentes deveriam apenas organizar, apenas isso; os árbitros dão legalidade ao evento.
E o torcedor?
Para que todos os integrantes do espetáculo possam dar o melhor de si vários aspectos são levados em conta. E cada um com seu interesse próprio. O local da partida, o horário, quem pode e quem não pode jogar, etc.
E o torcedor?
Há tempos, uma partida de futebol era assistida aos sábados ou domingo à tarde. Durante a semana, o horário de início não passava das 20:30.
Com o passar dos tempos, houve mudanças em locais e horários para que os interesses comerciais pudessem ser cumpridos. E as partidas começaram a ser disputadas à noite de domingo ou em horários esdrúxulos de meio de semana como 19:30 e 22 h. Todos se adaptaram: jogadores, comissão técnica, imprensa, dirigentes, árbitros e... a torcida!
Neste ano, porém, um horário novo foi testado. As manhãs de domingo, jogo às 11 h. Cercado de dúvidas, o novo horário foi sendo testado e, repetidamente, um integrante do espetáculo acatou de vez a mudança: o torcedor!
A média de público nos jogos das 11 h foi surpreendente. Em todas as partidas, estádio cheio. E a presença marcante de um público que tanto era esperado nos espetáculos: a família! Pudemos ver de perto crianças ao lado dos pais curtirem numa manhã de domingo uma partida de futebol do clube do coração. Os pais levaram, inclusive, crianças de colo. Logisticamente, para a família, é bem atrativo. A partida termina por volta das 13 h, horário de almoço e a família ainda tem o restante do domingo para curtir. O espetáculo parecia, agora, agradar o lado mais abastado desta "relação":  a do torcedor.
Numa partida de quarta-feira que começa às 22 h, o torcedor só vai chegar em sua casa por volta das 2 h da madrugada e ainda ter que acordar algumas horas depois para trabalhar. As partidas de sábado e domingo à noite não são atrativos a esses públicos, nem um pouco. À despeito disso, o torcedor ainda se sacrifica para não deixar de apoiar seu time.
Mas enfim, conseguiram um horário que pudesse aliar o bem estar de todos.
Todos se adaptariam, questão de tempo. Não se adaptaram às partidas de 22 h?
Porém...
A CBF informou essa semana que o horário das 11 h não vai mais ocorrer no Campeonato Brasileiro.
De onde vem os pedidos? Apenas dos atletas? De fato, não sabemos.
Infelizmente, a voz de um importante integrante, capaz de dar brilho e som ao espetáculo, não será ouvida mais uma vez.
Os dirigentes continuarão reclamando de públicos medianos, a imprensa noticiando o fato e os "artistas" não terão a plateia cheia para receber seus aplausos.
O torcedor já paga um preço alto para os padrões de Brasil; não tem jogadores à altura desses valores; muitas partidas são de nível ruim para péssimo; os erros de arbitragem, cada vez mais comuns.
E o torcedor? Onde ele errou?
Nessa "relação", o torcedor é quem sempre cede.
E quem sempre apanha.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A Parábola da Reforma

João e Maria formam aquele tipo de casal que ninguém consegue entender, tampouco explicar por que se casaram e por que ainda estão juntos.
João tem a prerrogativa de chefe da casa, mas quem manda mesmo é Maria.
Têm quatro filhos: Pedro, Marcelo, Diego e Bruno.
Dos quatro, apenas Pedro é chegado ao pai.
O restante são unha e carne com Maria.
João acostumou mal a sua família; prometeu o que não podia, mas cumpriu tudo o que prometeu. À despeito, é claro dos princípios éticos e morais. Agiu de forma desleal com quem nem podia se defender para poder dar à sua família tudo aquilo que eles queriam.
Cada um dos filhos fazia uma atividade fora de suas realidades financeiras. E alguns deles queriam, na verdade, fazer o que o outro fazia.
Maria apenas administrava os egos; sabia que quando alguma coisa estivesse em votação à mesa do café da manhã ou jantar, tinha apoio de Marcelo, Diego e Bruno. Ou seja, tinha sempre maioria.
Nos último ano, o cerco se fechara para João. Suas falcatruas vinham sendo descobertas e não conseguiria mais agradar a todos em casa. Maria começava a ameaçá-lo, dizendo que o colocaria para fora de casa.
João pensou no que fazer.
Resolveu conter gastos, mas não teria o apoio dos filhos.
Eles não queriam perder o padrão de vida conquistado.
João pensou e resolveu agradar àqueles que davam mais apoio à mãe. Explicou a Pedro, que apoiou o pai.
Pedro mudou de curso de inglês; foi estudar em outro um pouco mais barato, mas trinta quilômetros mais distante de casa. Pedro sabia que o custo seria maior, mas dessa forma, agradou a Marcelo, que foi estudar exatamente no curso de inglês que Pedro estudava, mas que era anseio de seu irmão. 
Diego saiu da escolinha de natação, onde frequentava sem a menor vontade as aulas naquela piscina olímpica aquecida. Foi para um clube de golfe.
Bruno, o filho mais velho, ganhou de prêmio a gerência de uma das lojas da família.
João reuniu os quatro filhos e entendeu que havia dado a todos aqueles que não lhe davam apoio nas decisões de casa o que eles queriam. Entendeu que teria ganho o apoio deles caso Maria o expulsasse de casa.
Maria apenas observou tudo.
João e os filhos e, é claro, Maria, sabiam que aquelas trocas e agrados não diminuiriam os custos da família e que a crise os atingiria. João queria apoio de sua casa até que as coisas voltassem ao normal.
Certo dia, João saiu para trabalhar. Maria reuniu os quatro filhos e disse:
- Agora que estamos onde queríamos estar, vamos enfrentar a crise de outro jeito.
João não pôde mais voltar para casa. Seu plano de camuflar as contenções de custo não deu certo. Até Pedro concordou com Maria. Porque Pedro não era bobo.

A presidente Dilma anunciou sua "Reforma". Estaria correto, gramaticalmente falando, se pusesse quatro ou cinco pares de aspas na palavra reforma?
Em termos práticos, que corte é esse que o Governo fez? Mudar nomes de ministros para secretários, aliciamento de votos para a aprovação de novos impostos, chantagem...
O próprio PMDB não confirma que vai garantir os votos necessários para o governo. Mas, de uma forma ou de outra, aceita de braços abertos novos postos, cargos e poderes. Como raposas, aumentam sua área de domínio antes do golpe final na presidente.