domingo, 15 de maio de 2016

Surdez e Cegueira

O inconformismo bate à porta, agora, daqueles que cultivaram por muito tempo o discurso do terror e do medo. E que seguem num tom utópico de perdas dos direitos adquiridos e coisas do tipo. O tom é repetitivo, é chato e vazio. 
A entrevista do Presidente em exercício (esse será seu predicado até o julgamento final do Senado) ao Fantástico deveria servir para a grande parte da sociedade que sofre os males (esses sim, adquiridos) fazer juízo das dificuldades que ele enfrentará nesses primeiros meses e entender a real situação encontrada após o impedimento, mesmo que temporário, da presidente Dilma. 
Em parte, deveriam entender e, por que não, aceitar que o presidente em exercício está legitimamente dentro de sua função. E parar com um discurso oco de golpe, de traição. 
Reconhecer que os mesmos 54 milhões de votos dados à presidente Dilma elegeram o seu vice. E conforme a Constituição, em caso de impedimento do presidente, realizado após julgamento do Senado Federal, o vice-presidente assume o poder. Simples assim. Por que é tão difícil entender?
Deveriam se atentar para os milhares cargos comissionados que deverão ser extintos; que a redução do número de pastas ministeriais já é um sinal do que o novo governo quer. 
Que o que é direito adquirido é constitucionalmente protegido. 
Que os projetos sociais são prioridades para uma sociedade verdadeiramente ainda pobre.
Que muitos serão os desafios, que a intolerância à corrupção será maior a cada dia e que, apesar de ser impossível separar política de ideal ou notabilidade, o objetivo é acertar.
Como aclamado pelo presidente em exercício , não falemos mais de crise. 
Vamos trabalhar!
Poderiam ter ouvido algo parecido.
Mas preferiram apito, gritos e panelas.
A surdez e a cegueira contagiam. 

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