quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Sentimos muito


A afirmação do líder do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), que disse que “as pessoas nem sentem” a cobrança do tributo (no caso, a CPMF) é de uma lastimável falta de respeito e consideração com a população que apostou nesse Governo. Um partido que durante alguns anos questionou a carga tributária elevada, além de criticar a criação e manutenção deste mesmo imposto pelo governo anterior, recorre ao mesmo artifício para cobrir rombos e déficits no orçamento.
Lembro que o fim da CPMF foi muito comemorado no Governo Lula e tida como cumprimento de promessa de campanha. Tratava-se de um tributo que seria destinado à saúde. Os anos se passaram e não houve nenhuma melhora perceptível da saúde pública. Nenhuma. No final das contas, era notório que o tributo foi utilizado para outros fins, legais ou não, mas que de fato, não atingiram o objetivo fim.
Como acreditar num governo envolto a todas as denúncias deflagradas na operação lava-jato? Dá para acreditar que esse tributo será realmente usado para esse fim?
O governo precisa reconhecer sua incompetência administrativa, cortar na própria carne e promover medidas que possam gerar crescimento. Criar mais um tributo é punir o próprio trabalhador, aquele que realmente é responsável pelo crescimento econômico. Mais um tributo vai contribuir em arrochar mais ainda a classe trabalhadora. E o que dizer ao líder do governo sobre sua infeliz opinião de que as pessoas não sentem? Pense, sr. Deputado, que as pessoas sentem qualquer centavo tirado à força de seu salário, principalmente pois não veem  nenhum retorno.  Antes de tirar da população, tome atitudes que realmente não farão as pessoas sentirem.
Ser brasileiro é muito caro. Pagamos um preço muito alto para não termos nada em troca. Não temos saúde, educação, transporte decentes. Os serviços públicos de qualidade são privatizados e e maior empresa estatal é uma vergonha mundial em escândalos de corrupção. Esse governo não tem moral para criar mais um tributo. Nunca a população esperou tanto do Congresso uma atitude que pode mudar o seu dia a dia. E essa é a vantagem de uma democracia. Atitudes impensadas de uma presidente podem ser vetadas pelo bom senso dos representantes legais da população. 
No momento, sentimos muito.

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